Guardar a Vigilância
[1] Quem queira respeitar a regra tem de vigiar a mente com atenção; a regra é
impossível de observar para quem não domina a instabilidade da mente.
[2] Mesmo os elefantes selvagens na voragem do cio provocam menos desgraças que
este elefante, a mente desenfreada, em Avichi e nos outros infernos.
[3] Mas se o elefante da mente for bem agarrado pela rédea da atenção, todo o perigo
se desvanece e todo o bem se oferece.
[4-5] Tigres, leões e elefantes, ursos e serpentes, todos os inimigos, todos os carcereiros
dos infernos, fúrias e vampiros, todos são agarrados quando a mente é agarrada, todos
são domados quando a mente é domada.
[6] E porquê? Porque todos os perigos e toda a panóplia de sofrimentos procedem da
mente e só da mente, assim o disse o verídico [Buddha].
[7] Quem fabricou com empenho os engenhos do inferno? E quem o revestiu de ferro
ao rubro? E essas mulheres vampiros, de onde vêm?
[Nos infernos, os adúlteros sentem um impulso irresistível de subir à gigantesca árvore Kutashalmadi, onde mulheres com dentes de ferro os agarram em abraços que os despedaçam.]
[8] Tudo isso procede da perversidade da mente, disse o Buddha; assim, ela é a única
coisa a temer neste mundo.
[9] Se a perfeição da generosidade consistisse em enriquecer o mundo, os salvadores
ancestrais [Bodhisattvas] não a teriam possuído, uma vez que o mundo continua pobre.
[10] O pensamento de sacrificar tudo o que se tem a todos os seres, bem como o fruto
desse sacrifício, é o que se chama perfeição da generosidade; ela é, portanto, mente e
nada mais.
[11] Para termos a certeza de que ninguém os vai matar, onde podemos guardar os
peixes e os outros animais? A perfeição da ética é renunciar a fazer mal.
[12] Quantos malfeitores serei eu capaz de matar, se há tantos como a vastidão do
espaço infinito? Mas quando eu matar a mente de cólera, todos os inimigos cairão no
mesmo instante.
[13] Onde encontrar um pedaço de couro tão grande que cubra a terra inteira? Não
bastará a sola de uma sandália?
[14] Assim, nunca poderei dominar os fenômenos exteriores, mas, na minha mente,
ganharei mestria! Que me importam as outras mestrias?
[15] O corpo e a fala são de menos valia, de modo algum conseguem o que uma mente
clara consegue por si só, como a dignidade de Brahma e outras recompensas.
[16] Orações, asceses prolongadas, tudo é vão quando a mente está distraída e confusa,
disse o onisciente.
[17] Para abolir o sofrimento e alcançar a felicidade, em vão seguem errando à toa os
que não conhecem o segredo da mente, o ensinamento supremo e essencial.
[18] A minha mente tem de ser claramente guardada e vigiada: sem esta prática de
controlar a mente, as outras nada valem.
[19] Assim como uma pessoa magoada e rodeada de gente descuidada protege a sua
ferida com cuidado, assim, rodeados de malfeitores, devemos proteger a nossa mente
como se ele fosse uma ferida em carne viva.
[20] Com medo de sentir a menor pontada de dor, protejo com todo o cuidado um
ferimento. Porque será que, estando ameaçado pelas montanhas que esmagam, nunca
me lembro de proteger esta chaga que é a minha mente?
[Montanhas que esmagam são montanhas do inferno que, aproximando-se entre si, esmagam os danados.]
[21] Agindo conforme esta regra de conduta, o asceta, mesmo rodeado de malfeitores
ou entre um rancho de mulheres, permanece firme e tranqüilo.
[22] Que me importa perder toda a minha fortuna, todas as honrarias, a própria vida e
mesmo qualquer outro bem espiritual, mas perder a minha mente, isso nunca!
[23] Aos que querem controlar a mente, dirijo esta minha súplica: "Guardem com toda a
força a atenção e a vigilância!"
[24] Assim como um homem perturbado pela doença é incapaz de agir, a mente
perdida e dispersa é incapaz de qualquer ação.
[25] Se a mente vagueia na distração, tudo o que o estudo, a reflexão e a meditação
puderem produzir, esvai-se da memória como a água de um vaso rachado.
[26] Muitos são os homens instruídos, crentes e zelosos, que, por falta de vigilância, se
expõem às máculas da transgressão.
[27] A inconsciência é um ladrão sempre à espera de um eclipse da atenção; assim,
despojados do mérito acumulado, caímos nos destinos fatais.
[28] As emoções negativas são um bando de piratas à procura de uma passagem; se a
encontram, pilham-nos toda a virtude e arrasam a fortuna, que é um renascimento nos
mundos superiores.
[29] Oh atenção, nunca te afastes da porta da mente! Recordemos os suplícios dos
mundos inferiores para a fazer voltar, caso ela se afaste.
[30] Felizes os que agem com cuidado e consideração no respeito pelas instruções de
seus mestres! Da convivência com os mestres nasce facilmente a atenção.
[31-32] "Os Buddhas e os Bodhisattvas pousam o seu olhar sobre todas as coisas, tudo
lhes é presente e também eu estou na sua presença." Com este pensamento, que a
nossa conduta reflita modéstia, respeito e receio. Façamos com que a lembrança dos
Buddhas nos venha a cada instante.
[33] Quando a atenção permanece à porta da mente para a guardar, a vigilância vem e,
mesmo que se afaste, rapidamente volta.
[34] Portanto, antes de mais, devo estar consciente do meu estado de mente e, se em
falta, devo permanecer imóvel e sossegado como uma tora.
[35] Sem espreitadelas inúteis para aqui e acolá, devo guardar o olhar ligeiramente
baixo e a mente em recolhimento.
[36] Para repousar a vista, podemos ocasionalmente contemplar o horizonte e quando
percebemos a sombra de um viandante podemos levantar o olhar para o saudar.
[37] A caminho, para nos darmos conta de eventuais obstáculos, podemos examinar
sempre que necessário os quatro pontos cardeais. Quando repousamos, podemos
voltar-nos e olhar para trás.
[38] Depois, tendo visto o que se passa à frente e atrás, podemos avançar, recuar ou
fazer com conhecimento de causa o que é conveniente face às circunstâncias.
[39] "A posição do meu corpo deve ser esta", diz o neófito ao começar uma certa ação,
e, enquanto ela decorrer, deve ainda verificar a sua posição de vez em quando.
[40] Deve também vigiar de perto a mente, esse elefante no cio, com medo que ele
rompa o laço que o amarra ao grande mastro, que é o respeito pelo Dharma.
[41] "Como está a minha mente?" Vai repetindo, enquanto se exerce na meditação, e
observa-a sem a deixar escapar um só instante.
[42] Se, todavia, em certas circunstâncias não for possível agir assim, como num grande
perigo ou numa festa, então que esteja à vontade, pois é dito que no tempo da
generosidade a disciplina pode folgar!
[43] Se decidimos, a propósito, começar uma atividade, não devemos pensar noutra
antes de a acabar, agindo de mente inteira.
[44] Deste modo, o que fizermos será bem feito; senão, ambas as ações serão
defeituosas e a confusão que nasce da falta de vigilância não parará de crescer.
[45] Abandonemos o interesse pelas coisas sensacionais e pelas mais variadas e
infatigáveis conversas, nas quais nos deleitamos demasiado freqüentemente.
[46] Esgravatar a terra, arrancar ervas e traçar linhas no chão são atos estéreis.
Recordando a regra dos Buddhas, devemos receá-los e, sem hesitar, renunciar.
[47] Se nos queremos mexer ou falar, devemos antes de mais nada examinar a mente,
estabilizá-la, e depois então agir da maneira apropriada.
[48] Se nos sentimos movidos pelo apego ou pela aversão, não devemos agir nem falar,
devemos ficar quietos como uma tora.
[49-50] Quando a mente se mostra excitada, trocista e orgulhosa, ou vaidosa,
inquiridora e rancorosa, insidiosa, ávida de elogios, desdenhosa, grosseira e brigona,
devemos ficar quietos como uma tora.
[51] Será que a minha mente está em busca de ganhos ou de honrarias, de glória, ávido
de companhia ou desejoso de ser servido? Ficarei, portanto, quieto e contente, como
uma tora.
[52] A minha mente baniu o interesse pelo bem dos outros, é interesseira e inclinada a
conversas? Ficarei, portanto, quieto e contente, como uma tora.
[53] Intolerante, indolente, tímido ou desavergonhado, tagarela, dedicado unicamente à
camarilha? Ficarei, portanto, quieto e contente, como uma tora.
[54] O valoroso praticante, quando vê a mente agitada desta maneira, arrebatada por
projetos inúteis, deve refreá-la com toda a força pelo método dos contrários.
[55-57] Determinado, inabalável na sua fé, firme, bem educado e respeitador, tendo
pudor e receando as faltas, sossegado, dedicado à satisfação dos outros, sem se
aborrecer com os desejos contraditórios dos seres pueris, pelo contrário, sempre
compassivo e pensando ser isso o efeito das paixões, sempre irrepreensível e agindo
para o seu bem e para o bem dos outros. Compreendendo que o "eu" é como uma
ilusão, sem realidade, assim guardarei a mente.
[58] Relembrando continuamente o valor desta vida humana, obtida depois de tanto
tempo, assim guardarei a minha mente, imóvel e firme como o monte Meru.
[59] Se, quando o meu corpo é despedaçado e arrastado de um lado para o outro pelos
abutres ávidos de carne, tu não te irritas, oh minha mente, porque hás de acarinhá-lo
tanto agora?
[60] Porque velas por este corpo, oh minha mente, como se ele fosse o teu "eu"? E se
ele é distinto de ti, porque te ralas com o seu desaparecimento?
[61] Insensato! Se não consideras como o teu "eu"" um boneco de madeira, que é coisa
limpa, porque mimas uma máquina composta de elementos impuros e destinada à
podridão?
[62-63] Começa, em pensamento, por retirar o invólucro de pele e, com o bisturi da
análise, separa a carne da sua armação de ossos. Parte também os ossos e vê a medula
que contêm. Agora pergunta a ti mesmo: que há aí de essencial?
[64] Se olhares com todo o cuidado, nada verás de essencial! Então? Porque teimas
ainda em proteger o teu corpo?
[65] Os seus excrementos não se comem, não bebemos o seu sangue nem sugamos as
suas vísceras; que quererás fazer do teu corpo?
[66-67] Se ele serve para alguma coisa, é para dar de pasto aos abutres e chacais. É
certo que este corpo é para os homens um instrumento de ação. Mas de que te serve
querer guardá-lo? A morte impiedosa há de arrancá-lo e lançá-lo aos abutres. Que farás
então?
[68] Se um servidor se vai embora de nossa casa, não o cobrimos de presentes e de
roupas. Ora, mesmo que o alimentemos bem, o corpo há de partir um dia; porque nos
havemos de meter em despesas por sua causa?
[69] Dá-lhe o seu salário, oh minha mente, e emprega-o depois no teu próprio interesse.
Um dia, ele de nada te há de servir. Porque lhe hás de dar tudo?
[70] Devemos ver no corpo uma barca que vai e que vem. Que o corpo vá e venha
segundo a tua vontade de conduzir os seres à sua finalidade.
[71] Assim, mestre de si, que o praticante esteja sempre sorridente, que evite franzir o
sobrolho e mostrar-se zangado; que seja amigo de toda a gente.
[72] E que não deixe cair uma cadeira ou qualquer outro objeto brusca e ruidosamente,
nem bata com as portas; que se sinta bem cultivando sempre a humildade.
[73] A garça-real, o gato e o ladrão movem-se em silêncio e na maior discrição e assim
conseguem o que têm em vista. Que o asceta faça sempre como eles!
[74] Que guarde com respeito, sobre a sua cabeça, a palavra daqueles que são hábeis a
dirigir os outros à virtude e se prestam a dar bons conselhos mesmo sem ser solicitados;
que sejam de todos os seres um discípulo.
[75] Que testemunhe a sua aprovação a todas as palavras que são boas; se vir alguém
fazer uma boa ação, que o encoraje com o seu elogio.
[76] Que louve em privado as qualidades dos outros e que se associe ao elogio público
que lhes é feito. Se é o seu próprio louvor que ouve, que o considere tão-somente uma
homenagem à virtude.
[77] Todos os esforços têm por fim a satisfação; mas a satisfação é difícil de obter,
mesmo com grandes riquezas. Portanto, farei do prazer de me regozijar com o mérito
que os outros adquirem o meu deleite.
[78] Assim, nesta vida não tenho nada a perder e na outra ganharei a grande felicidade.
Ora, os ódios, pelo contrário, engendram neste mundo o sofrimento da insatisfação e
no outro dores ainda maiores.
[79] Que a sua palavra seja pertinente e moderada, clara, agradável e de toada suave e
calma, sem nunca exprimir cobiça ou irritação.
[80] Olhando os seres de um olhar amoroso e sincero, vai pensando: "É graças a eles
que o estado búddhico será o meu dote."
[81] Uma devoção constante, os antídotos, os campos das qualidades e dos benfeitores, os infortunados: todos são fontes de um grande mérito!
[Por exemplo, a meditação sobre a vacuidade é o antídoto para as emoções negativas. Os campos de qualidades são os Buddhas e Bodhisattvas. Os campos de benfeitores são o pai, a mãe etc.]
[82] Que ele seja hábil e confiante, tomando a dianteira na ação; que em nenhum trabalho se pendure em quem quer que seja.
[83] As perfeições, a começar pela generosidade e indo por aí acima, vão tendo uma
excelência cada vez maior; não se deve sacrificar uma grande causa a uma causa menor,
que, acima de tudo, seja considerado o proveito dos outros.
[84] Compreendendo claramente isto, que ele trabalhe com afinco constantemente para
o bem dos outros; mesmo o que é proibido torna-se permitido ao compassivo, cuja visão não tem limites.
[85] Depois de ter dado o petisco aos animais, aos fracos e aos religiosos, que tome a
sua refeição com moderação; que sacrifique tudo, exceto os três hábitos monásticos.
[86] Sendo o seu corpo um auxiliar para o Dharma, que o não maltrate por uma causa medíocre; deste modo ele servirá prestes a realização da esperança dos homens.
[87] Que não sacrifique a sua vida enquanto a compaixão não for perfeitamente pura, mas que a sacrifique a uma grande causa para o bem da vida atual e das vidas futuras.
[88] Que não ensine o Dharma a um homem sem respeito ou que, gozando de boa saúde, se cubra com um turbante ou com um pára-sol, venha armado ou use um pau, ou tenha a cabeça coberta.
[89] Que não ensine uma mulher longe da presença de um homem, nem o Dharma profundo e sublime a seres de capacidades reduzidas; que manifeste um respeito idêntico pelos ensinamentos superiores e inferiores.
[Shantideva aconselha que um monge celibatário não ensine uma mulher que esteja longe da presença
do marido, a fim de evitar qualquer deslize em seus votos. Os ensinamentos superiores são os do Mahayana, o grande veículo, e os inferiores são os do Hinayana, o pequeno veículo. O Mahayana, ou
Grande Veículo, fundado sobre a compaixão, é o veículo dos Bodhisattvas que desejam atingir a iluminação a fim de poderem libertar a infinidade dos seres.]
[90] Se alguém se mostrar digno dos ensinamentos superiores, que ele não o afete aos ensinamentos inferiores, mas não o tente ganhar pela atração aos sutras e aos mantras, dispensando-o das regras de conduta.
[Fazendo-o crer que o estudo dos textos ou o conhecimento dos mantras pode substituir-se à prática das
regras de conduta e da ascese espiritual.]
[91-95] É incorreto cuspir ou deitar fora um palito sem os cobrir de terra; sujar água potável e campos lavrados é algo de repreensível. Não deve comer com a boca cheia, aberta ou ruidosamente, nem se sentar com as pernas esticadas ou esfregar as duas mãos ao mesmo tempo. Não deve pernoitar ou viajar na companhia da mulher de alguém, se ela estiver sozinha. Depois de ter observado e interrogado, que ele evite
tudo o que seja considerado como chocante. Que não aponte com o dedo, mas servindo-se com cortesia da mão direita aberta, mesmo para indicar o caminho. Que não chame ninguém distante agitando os braços ou gritando, salvo em circunstâncias prementes; um discreto ruído ou um estalar de dos é o que deve utilizar. Qualquer outra conduta será descabida.
[Estas estrofes apresentam um pouco das convenções de etiqueta da Índia e no Tibet.]
[96] Que ele se deite na postura do Nirvana do Buddha, voltando para a direção que
prefere, consciente e decidido a levantar-se de manhã com prontidão.
[97] As práticas enunciadas para os Bodhisattvas são inumeráveis, mas há uma que deve
ser observada com todo o rigor: a purificação da mente.
[98] Que ele recite três vezes por dia o Sutra em Três Partes; por esta prática, pela
Bodhichitta e pela invocação dos Jinas, apagará de si o resultado do mau agir até ao
último vestígio.
[O Discurso em Três Partes, Triskanda Sutra, é composto da confissão perante os trinta e cinco Buddhas,
da apreciação das virtudes e da dedicação dos méritos.]
[99] Em qualquer situação que se encontre, agindo para o bem de alguém ou de si
mesmo, que ele aplique escrupulosamente os ensinamentos adequados.
[100] Não existem pensamentos que os Bodhisattvas não devam aprender, e para quem
se instrui assim, tudo é acumulação de méritos.
[101] É unicamente no interesse direto ou indireto dos seres que ele deve agir; é por
eles que deve dedicar os méritos à iluminação.
[102] Que ele não abandone, mesmo que lhe custe a vida, o mestre espiritual que
pratica a regra dos Bodhisattvas e que é excelente no significado do Mahayana.
[103] Que estude na Biografia do Glorioso Sambhava a conduta a seguir para com os
mestres. Os preceitos aqui expostos e os outros ensinamentos do Buddha devem ser
estudados no texto dos sutras.
[A Biografia do Glorioso Sambhava, ou Shrisambhava Vimoksha, é um capítulo do Gandavyuha Sutra. Nele
está escrito: "Para honrar o mestre espiritual, a nossa mente deve ser como a terra que nunca se desencoraja de suportar todas as coisas, como um diamante indestrutível na sua intenção, como uma muralha onde o sofrimento não consegue abrir brechas, como um escravo que nunca se queixa por ter de fazer tudo, como um animal fiel que nunca se irrita, como uma barca que nunca se importa de ir e vir,
como um filho exemplar que bebe com os olhos a face do seu pai espiritual. Oh nobre criança, considerate como um doente, considera o amigo espiritual como um médico, os seus ensinamentos como um remédio e a prática sincera como o caminho para a cura."]
[104] As regras são enunciadas nos Sutras. Que ele recite portanto os sutras e aprenda
as faltas graves no Discurso da Essência do Céu.
[Discurso da Essência do Céu, Akashagarbha Sutra.]
[105] É necessário ler e reler o Compêndio das Instruções, porque aí vem explicado em
detalhe aquilo que dever ser praticado.
[Compêndio das Instruções, Shiksasamucchaya, obra de Shantideva.]
[106] Ou então, que estude o Compêndio dos Sutras, que é abreviado, e a obra com o
mesmo título composta pelo venerável Nagarjuna.
[Compêndio dos Sutras, Sutrasamucchaya, obra perdida de Shantideva.]
[107] Através dessas obras poderá ver o que lhe é prescrito e o que lhe é interdito.
Depois, poderá agir sem causar desagrado aos seres.
[108] Eis enfim, em resumo, a definição do que é a vigilância: é o exame contínuo do
nosso estado físico e mental.
[109] É com atos que irei proclamar o Dharma! De que serve unicamente recitar as suas
palavras? Que proveito tirará um doente da leitura de um tratado de medicina?
[Adaptado de O Caminho para a Iluminação — Bodhicaryavatara. Coleção Espiritualidades, série Budismo,
sob a direção do Ogyen Kunzang Chöling. Escrito por Shantideva, tradução para o português por Filipe
Valente Rocha e outros praticantes da escola do Budismo tibetano Ogyen Kunzang Chöling Lisboa: Livros
e Leituras, 1998. Pág. 59-73. O texto foi gentilmente transcrito por Sherab Chötso.]
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