Majjhima-nikāya, 62

Tente ser como a terra, Rahula. Fazendo isso, quando surgirem contatos agradáveis ou desagradáveis, eles não vão invadir seu coração e aí permanecer. Da mesma maneira quando pessoas derrubam coisas limpas ou imundas, ou urina, cuspe, pus ou sangue, e a terra não se envergonha, se humilha ou fica enjoada com isso. Tente ser como a água, Rahula. Pois quando as pessoas lavam essas coisas com a água, ela não se envergonha, se humilha ou fica enjoada. Tente ser como o fogo, Rahula. Quando o fogo queima essas coisas, ele não se envergonha, se humilha ou fica enjoado. Tente ser como o ar, Rahula. [...] quando o ar sopra essas coisas, ele não se envergonha, se humilha ou fica enjoado. Tente ser como o espaço, Rahula. Fazendo isso, quando surgirem contatos agradáveis ou desagradáveis, eles não vão invadir seu coração e aí permanecer. Pois o espaço não tem nenhum local fixo próprio. Pratique o amor-bondade para se livrar de desejar o mal. Pratique a compaixão para se livrar da crueldade. Pratique a simpatia para se livrar da apatia. Pratique a equanimidade para se livrar do ressentimento. Pratique a contemplação da repugnância no corpo para se livrar da luxúria*. Pratique a contemplação da impermanência para se livrar do conceito “eu sou”. Pratique a consciência da respiração, pois quando ela é mantida sempre, bem-desenvolvida, traz grandes frutos e muitas bençãos.

* as instruções se dirigem a um monge (no caso, o próprio filho de Buda)

 “Majjhima-nikāya, 62″

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