Quem você é realmente?

Do ponto de vista psicológico moderno, destruir o inimigo da centralidade em si pode parecer uma fragmentação radical da individualidade. A noção de que alguns processos mentais (a generosidade, a abertura e a alegria) são aceitáveis, ao passo que outros (o principal sendo “o grande demônio”, a centralização em si) devem ser exterminados, parece uma antítese do ponto de vista psicológico moderno da aceitação de si mesmo e da integração. Entretanto, o tema psicológico moderno da aceitação de si mesmo global e a atitude guerreira budista tibetana da aniquilação completa do inimigo podem não ser tão diferentes quanto parecem a princípio. Por exemplo, quando você fica gripado, nunca pensa: “Esta gripe é parte de mim. Devo me abrir para ela!”. O vírus da gripe não é você, é um elemento estranho que invadiu seu corpo e está lhe fazendo mal. Similarmente, as aflições mentais, todas elas, não são constituintes inatos da sua mente. Habitual, sim; inato, não. Você pode se aceitar e reconhecer que existem invasores de mente, assim como existem vírus que invadem o corpo. Quando você ponderar sobre isto, considere: quem você é realmente? Além das suas aflições mentais, da sua história pessoal, das virtudes e dos talentos que adquiriu, do seu corpo e do seu comportamento — nenhum dos quais é você —, que “você” resta disto? Antes de abraçar sinceramente a ideia de se aceitar como você é, seria uma boa idéia descobrir quem este “você” é. “Budismo com Atitude”, cap. 3v

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