O guru habita o interior de seu coração.

Devoção é parte integral de um praticante Vajrayana. Querer estar livre da ilusão implica aceitar que estamos iludidos. Se nunca abandonarmos nossas percepções ordinárias impuras do mundo e dos seres, jamais iremos irromper de nossa ilusão. …
Geralmente, quando tomamos refúgio, há uma ideia de ser inferior ao objeto de refúgio. Você, um ser patético, precisa ser salvo, e toma refúgio nesse ser tão benéfico e onipotente. O refúgio pode parecer isso, mas se você compreender a grande vastidão, então saberá que não estamos de modo algum separados. Pense que seu guru é um reflexo de sua própria natureza buda. Isso de fato te familiariza com essa ideia de grande pureza e igualdade, que é todo o propósito. Isso é incrivelmente muito importante. …
Há uma bela composição de Jigme Lingpa, uma canção para Chamar o Lama, invocar o guru a partir do coração, que claramente exemplifica que o guru não é um ser humano ordinário lá fora, tampouco é alguém que vai ditar como você deve viver sua vida. Não é assim de modo nenhum.
Trata-se de uma metáfora muito bonita e poética: o guru habita o interior de seu coração. Isso é totalmente diferente de nossa percepção ordinária, em que imaginamos que o guru é externo e separado de nós. O coração se refere à natureza buda. Como uma das infinitas manifestações da natureza buda, há fé e — como um reflexo disso — devoção. Quando pessoas devotadas enxergam através da devoção manifestada a partir de sua natureza buda, elas vêem seu guru ou companheiro espiritual.
Por favor, jamais esqueçam que em todas as práticas Vajrayana, o praticante sempre se funde com o guru, tornando-se inseparável. Isso é chamado de receber o empoderamento ou iniciação do guru.
Citado em “Confessions of a Gipsy Yogini”, loc. 702

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